|
|
|
|
|
Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Reflexão Crítica
e Produção Cultural para Internet
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
::
Quem é quem » Atores» Vinicius Lobo |
«
voltar |
|
|
|
Quando
pisei, pela primeira vez, no curso de teatro Papel Crepon,
em março de 2002, tinha 10 anos. Não podia
imaginar que, muito em breve, estaria pisando no palco
do Teatro Abel, a convite de Eduard Roessler, com “Branca
de Neve e os Sete Anões”, que estreou
em maio daquele mesmo ano.
A resposta do público foi imediata, e, no primeiro,
final de semana, dezenas de pessoas tiveram que voltar
para casa, pois já não havia mais lugar
disponível. Aquilo me deixou “mesmo feliz”,
utilizando fala do meu primeiro personagem, o anão
Feliz.
|
|
Depois,
participei de “Cinderela”, na qual
fazia o rato Tatá. Se já não bastasse
fazer parte de montagem tão engraçada, tendo
ao meu lado grandes amigos, a temporada foi no Teatro dos
Quatro, Shopping da Gávea. Ou seja, artistas para
todos os lados, o que me garantiu muitos autógrafos
e um belo tropeço na escada rolante quando não
percebi que estava chegando ao final dela, pois estava encantado
com Luiza Brunet, bem no andar de baixo.
“Pinóquio” foi a próxima peça.
Os sucessos comerciais de “Branca de Neve”
e “Cinderela” eram, e são, tão
grandes que voltei algumas vezes a fazer o Feliz e, com
frequencia menor, o Tatá.
Em 2007, “Dudu” me chamou para fazer um dos
meninos perdidos de "Peter Pan", na Associação
Médica Fluminense. No mesmo ano, fiz um dos caçadores
em “Chapeuzinho Vermelho”, na UFF.
Pela primeira vez, me senti um adulto em cena, o que de
fato não era com meus 15 anos, mas a personagem,
junto ao fato de só haver adultos no camarim, me
proporcionou esse sentimento.
Ainda naquele ano, fiz “João e o Pé
de Feijão”. Uma das personagens mais sacrificantes
para o ator. Exigia um trabalho corporal muito intenso.
Tinha que me preparar fisicamente e psicologicamente para
entrar em cena, já que inclinar o corpo até
formar 90 graus, colocar uma estrutura de espuma por cima,
só enxergar o chão, ter que fazer coreografia
e descer escadas era muito cansativo. Mas valia a pena,
pois as crianças adoram aquela vaca Mimosa.
Em setembro de 2007, ocorreu o Primeiro Festival de Esquetes
do Papel Crepon. Não fazia parte dos meus planos
entrar na competição. Contudo, numa tarde,
meu amigo Felipe França me telefonou e pediu que
eu fosse me encontrar com ele e uma outra amiga, Fernanda
Lúcide, para poder bater o texto, já que o
menino que ia participar da apresentação não
pôde ir. O resultado foi que, por intermédio
de Fernanda, fiquei com o papel, que rendeu minha indicação
para o prêmio de Melhor Ator e de Melhor Esquete para
“Grande Edgar” na competição.
Em 2008, fiz “O Flautista Mágico”,
sem dúvida uma das temporadas mais estranhas que
jamais vi. A peça era diferente a cada dia, imprevisível.
Creio que nesse mesmo ano fiz “Aladim e a Lâmpada
Mágica” pela primeira vez. Era uma grande
correria, pois fazia três papéis na peça,
todos sem nome, que se revezavam rapidamente.
Desde 2009, sigo um pouco afastado da rotina do teatro,
em função do ano do vestibular e, hoje, a
graduação que curso. Contudo, o teatro é,
e sempre será, uma atividade da qual jamais me afastarei
totalmente. Sempre que chamado, tentarei estar lá,
no palco, onde amo estar.
Para mim o teatro é um caminho necessário,
mas não preferencial. Apesar de não ter optado
pela formação acadêmica em Artes Cênicas
por me amedrontar com a relativa instabilidade de ser ator,
e toda a dificuldade de conseguir patrocínio e outros
reveses, continuarei sempre de portas abertas para esta
arte. Isso porque sei da importância de fazer parte
disso tudo. Ali me desenvolvi como ser humano, tomei um
gosto maior pela leitura, e aprendi a me comunicar. Aprendi
também que a vida possui altos e baixos, que com
amigos os ônus se tornam menos pesados. Aprendi que,
principalmente, fazemos teatro não só por
dinheiro e por ser algo no que temos aptidão. Fazemos
para proporcionar um momento inesquecível para o
público. Desta forma, creio que o teatro representa
uma escola da vida. Isso tudo devo a pessoas inesquecíveis
como Eduard Roessler, Lúcia Cerrone, Willy e Gisela
Roessler, Bia Kerbel, Nino Meirelles, Felipe França,
Victor Salzeda, Raquel Venerabile, Rosangela Andrade.
|
|
|
|