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Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet
 
 
 
 

 

 
:: Projeto » Uma ponte longe demais - História e memória do teatro de Niterói
 

A inspiração para a criação de um grande portal de informações que resgatasse a história do teatro em Niterói veio pela quase que total falta de informação digital sobre o assunto. Inclusive, e de maneira um tanto surpreendente, mesmo em outros formatos, como livros, artigos e depoimentos, o que encontramos é raro e de difícil acesso.

De qualquer maneira, esses poucos e importantes registros apontam para uma história rica em iniciativas na formação de Grêmios Dramáticos e na construção precária de algumas casas de espetáculos. Numa delas, depois de inúmeras reformas e troca de proprietários, estréia em 02 de dezembro de 1833 a Companhia Dramática Nacional, formada pelo ator e empresário João Caetano e trazendo a peça O Príncipe Amante da Liberdade, ou A Independência da Escócia, sendo essa data considerada por grande parte dos historiadores como marco do nascimento do “teatro brasileiro”. Por quê?

Seguindo, então, os passos de João Caetano, e passando por personagens verdadeiramente emblemáticos da nossa dramaturgia, como o teatrólogo Martins Pena, chegamos a Leopoldo Fróes, ator com marcante passagem pela cidade e que, com certeza, bem de perto conviveu com os pequenos centros culturais e clubes e núcleos artísticos que nela tiveram lugar nas primeiras décadas do século XX. Fazendo história também nos palcos internacionais, Fróes teria seu nome tomado de empréstimo, em fins daquele mesmo século, para ser dado a um dos mais queridos teatros niteroienses, onde teria sido possível ensaiar e apresentar todas as produções com ampla liberdade de experimentação.

Em paralelo às atividades que ganharam vida naquele palco, já pelos idos dos anos 1960/70, ainda que sob os olhares atentos e os implacáveis tentáculos do regime militar, Niterói passava a testemunhar a criação de vários grupos universitários, como o Decisão, o Laboratório, o GRITE, o CorpoVivo, entre tantos outros, que ocupariam o teatro do DCE da UFF com peças na maioria das vezes proibidas pela censura e com divulgação propositalmente nebulosa – mas ainda assim com casa sempre cheia de platéia interessada.

A partir dos anos ’80, os ventos de um país progressivamente mais aberto, sobretudo em termos políticos, voltariam a soprar com grande intensidade, se fazendo mesmo sentir nas faces de grandes e pequenos artistas cujas carreiras estiveram, de alguma ou de muitas formas, ligadas à nossa cidade. Vivia-se, nela, um clima de intensa efervescência cultural, e não poucas são as fontes de época que, quando tomadas em conjunto, registram quase meia centena de grupos e companhias vivamente atuantes naquele contexto.

Assim, observada à luz de um cenário cultural tão movimentado, a tímida existência da produção teatral local dos dias atuais é, para dizer o mínimo, muito intrigante, e motiva nossa tentativa de recuperar, complementar e dar acesso a uma história composta por muitas imagens, memórias e, por conseguinte – e por que não?! –, tantas outras pequenas histórias que, até então, estiveram dispersas e desconexas entre si.

Ficha Técnica:
» Lucia Cerrone - Coordenação Geral
» Sebastião de Castro Junior - Coordenação de Pesquisa
» Raquel Venerabile - Pesquisadora
» Ingrid Ferreira - Pesquisadora
» Catarina Fellows Fontes - Arquivista
» Mariana Rodrigues - Edição de Vídeo
» Guilherme Azevedo - Webdesigner

* As imagens digitalizadas neste site pertencem aos acervos particulares dos entrevistados, e foram por eles gentilmente cedidas à publicação.


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