Em
1984, eu e Fabio Klein resolvemos montar uma Companhia estável,
e é então que surge a Cia Teatral FALK: FAL
de Falcato, que é meu sobrenome, e K de Klein, que
é do Fábio. Nossa primeira peça é
“Aprendiz de Feiticeiro”, da Maria Clara
Machado, no Teatro Leopoldo Fróes, em julho de 1984.
Em 1986, o Ronaldo Mendonça me chama pra fazer “O
Auto da Compadecida” na UFF, com 16 pessoas de vários
grupos, criando a Cia Experimental de Teatro Estável
da Universidade Federal Fluminense. Foi uma experiência
extremamente saudável pra todo mundo. Ali as pessoas
começaram a sair do amadorismo.
Depois da “Compadecida” eu resolvi produzir minha
própria peça, mas tinha medo de fazer produção
sozinho. Então eu chamei Cristina Fracho e Aníbal
Erthal pra produzir comigo. O Aníbal nunca tinha feito
nada com teatro. Ele era caixa do Bamerindus, e eu tinha conta
lá, e conversava muito com ele. Eu o chamei e nós
produzimos “Três Peraltas na Praça”
do José Valuzi, também em 1986. No elenco: Ricardo
Sanfer, Cristina Fracho, Marco Hazek. A peça foi um
marco pra mim. Foi minha primeira direção sozinho.
Aníbal hoje é um ótimo cenógrafo,
um profissional muito respeitado no mercado.
Depois de “O Auto da Compadecida” o Fernando
Avlis me chamou pra produzir um infantil: “Alice
no País das Maravilhas”. Eram sete pessoas
no elenco, o custo era alto, e eu dei a idéia de montar
uma peça mais comercial com elenco pequeno, pra fazer
dinheiro e poder montar “Alice”, que seria um
espetáculo grandioso. Fizemos então “Os
Três Porquinhos”, um dos espetáculos
mais comerciais que eu conheço. Em um mês de
temporada a gente botava mais de 400 pessoas no Leopoldo Fróes
por sessão. Fizemos julho e agosto. Era tanto dinheiro
que quando terminou a temporada eu comprei um carro à
vista! Pra Niterói, isso é um fenômeno!
Mas, sem a montagem de “Alice”, fiquei
sem saber o que fazer, até que surge o Téo José
e me convida pra assumir a direção do espetáculo
que ele estava montando: “A Revolta dos Brinquedos”.
O projeto não andou, mas Téo me apresentou o
César Cavalcante, que depois disso foi meu sócio
por 15 anos, numa parceria que deu certíssimo. A partir
dela começamos a fazer as primeiras leituras de um
texto que o Téo fez durante 15 anos no Teatro de Arena
do Largo da Carioca: “O Coelhinho Pitomba”,
do Milton Luis. A gente rebateu o texto, mudamos muita coisa,
e começamos a ensaiar.
Nós montamos “O Coelhinho Pitomba”
sem grandes pretensões, mas ao todo foram mais de 1500
apresentações. O personagem do coelho era fantástico
e realmente adorado pelas crianças. Nós estreamos
no dia 11 de agosto de 1988 no Teatro Leopoldo Fróes.
O Ricardo Brandão fez a personagem por 19 anos seguidos,
e há dois (2009) ele me pediu pra parar, porque estava
cansado. Foi então que eu resolvi aposentar “O
Coelhinho Pitomba”.
A Cia FALK hoje sou eu junto a um elenco que trabalha comigo,
mas que não é só da Cia Teatral FALK.
Hoje, trabalham comigo o Ricardo Sanfer, o Ricardo Brandão,
a Sandra Nunes, a Daniele Sampaio, a Bia, a Stella Fracho
e o Wagner Duarte, por exemplo, que tem a companhia dele,
mas que também segue comigo. O “carro chefe”
da Cia é “A Dama e o Vagabundo”,
que teve uma rápida temporada em 2004: um espetáculo
grande, com oito personagens, de difícil montagem.
Mas agora (2011) a gente volta com ela em julho no Teatro
Municipal. Por causa da minha atividade profissional fora
do teatro, é essa a companhia que, hoje, eu posso ter,
já que eu não consigo mais só fazer teatro.