Início
Projeto
História / Memória
Quem é quem
Fórum
Links
Espetáculos
Contato
 
 

Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet
 
 
 
 

 

 
:: Quem é quem » Grupos » Cia COOF de Teatro
« voltar
 

Em 1989 eu resolvi fundar a Companhia, instigado por dois grandes amigos - Pedro Araújo e Carlos Camarine - que achavam que eu devia ter o meu grupo pra eu fazer tudo que eu gostava de fazer, principalmente com teatro infantil. Ter a minha Cia significava estar atuando mais diretamente em Niterói, mostrando meu trabalho.

Eu posso dizer que nesse tempo todo, 60% do que eu quis, eu produzi. Foram oito ou nove infantis e dois adultos.
A Gata Borralheira” foi a primeira produção, ainda em ’89. Estreamos no Teatro Leopoldo Fróes, quase no momento em que ele fechava as portas. As pessoas não acreditavam que fosse ser um sucesso tão grande quanto foi. Nós estreamos em agosto, ficamos setembro e outubro - que pra Niterói é uma vitória -, e logo depois disso o teatro fechou. Aí nós partimos pro circuito do SESC por todo o estado.

O segundo espetáculo é o “Festival da Canção na Floresta”, que estreamos no SESC Niterói e que era um espetáculo que eu trazia na minha memória, pois já tinha visto o Sidney Becker e outras pessoas fazerem. Era uma historia que eu gostava muito. Depois veio “João e Maria”, “A Revolta dos Brinquedos”, “O Tesouro da Bruxa”, e “O Casamento da Dona Baratinha”. Foram muitos infantis até chegar a peça “A Princesa e a Ervilha”, que é o espetáculo que eu estou produzindo desde 2010. A direção é do Leandro da Matta, e tenho minhas duas irmãs no elenco: Stella e Cristina Fracho.

Dos espetáculos adultos, eu destaco “Confissões de Bastidores”, dirigido por mim. Nós levamos essa peça pra Manaus, e foi muito bom. Eu peguei diversos esquetes que falavam sobre a arte de atuar ou a arte em si. Então, um esquete falava sobre cinema, o outro sobre rádio, o outro sobre teatro, o outro sobre TV.

Em 1992, eu fui para a Argentina, porque eu queria conhecer outras formas de arte, de fazer teatro. Naquele ano, vi um anúncio em um jornal e apareceu a oportunidade de participar, com a companhia, de um Festival de lá. Fizemos contato, mandamos material, e os responsáveis adoraram a idéia, tanto que fomos classificados. Eu levei “A Gata Borralheira”, e foi um sucesso estrondoso. O Festival aconteceu em Corrientes, um estado ao Norte da Argentina, que faz fronteira com o Brasil no Paraná. Ele ficou sob a responsabilidade do Centro Cultural Correntino, que tem um braço em Buenos Aires. Então nós nos apresentamos lá, em Corrientes, e em Buenos Aires, no Teatro Juan de Vera. Nós ficamos uma semana, assistimos todo o Festival, e fizemos muitos contatos. Além disso, trouxemos quatro prêmios para Niterói: Tom Newman, pela melhor Música, Elimar Oliveira, como melhor Ator Coadjuvante, e eu como melhor Ator e melhor Caracterização. Concorremos com grupos de todos os países da America do Sul. Brasileiro só tinha a gente, e foi muito bom.

Depois a Companhia foi para outros festivais no Chile e no Uruguai. Tudo por conta desses contatos que nós fizemos na Argentina.
Várias pessoas já passaram pela Cia COOF. Muitas começaram nela mesmo. Hoje ela está munida de pessoas interessantes em volta, até porque eu nunca tive essa vontade de que fosse uma companhia fixa. Eu gosto desse movimento de vai e volta, entra um, entra outro...
No dia 24 de abril de 2011, a Companhia fez 22 anos.

Depoimento: Carlos Fracho