meu para o teatro infantil com direção do Fábio
Klein. Estreamos no Teatro Gay Lussack
e por lá ficamos um mês. A temporada foi muito
bem e se estende para o Teatro Leopoldo Fróes.
Nessa época eu já estava junto com o Grupo Papel
Crepom, onde eu entro como bailarino no coro de "Araribroadway",
no Teatro Cacilda Becker.
Naquele mesmo ano eu faço "Cinderela",
no papel do Rei. Na verdade, eu fiquei várias temporadas
no Papel Crepom, fazendo peças em aniversários.
Isso aí, foi a nossa grande escola.
Eu tenho um fogo muito grande de querer aprender, de querer
conhecer, a alçar maiores vôos. Eu vou pro Rio
e começo a fazer cursos. Nessa mesma época (1986)
a Ivana Pimentel me chama pra fazer uma peça infantil:
Maria Minhoca.
Dois anos antes de Maria Minhoca eu dirijo e faço como
ator, "Peixe que te quero Peixe" (1984)
que é um texto meu. A gente estréia no Gay Lussack,
e depois vai pro Leopoldo Fróes, ou Municipal, não
me lembro. Era uma época de temporada curta, como é
agora.
Com Maria Minhoca eu ganho o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante
no Festival Fluminense de Teatro (organizado por Sohail Saud).
Ricardo Sanfer, ganha o de Melhor Ator.
Em 1983 eu escrevo, com Maninha Cerrone, "Anormalistas",
uma comédia adulta que também faço como
ator no Papel Crepom.
Logo depois de "Anormalistas", em 1984,
vem "Concerto para 8 mãos e um Dedinho":
texto meu, de Maninha Cerrone e José Maria Jardim.
Foi uma montagem fora do Papel Crepom com David Varella, Marco
Antonio Campos e Thiago Monteiro.
Era uma época em que embora tudo fosse muito difícil,
era também uma época muito produtiva, tanto
que não se consegue ordenar muito bem o que é
o que.
Em 1984 eu fui fazer "Numa e a Ninfa",
texto e direção de Anamaria Nunes, inspirado
em Lima Barreto.
A história da Numa e a Ninfa é um marco, por
tudo em volta. Numa e a Ninfa era um espetáculo montado
pelo grupo de teatro da UFF. Eu não era da UFF, eu
era amigo da Anamaria Nunes. Era um grupo muito fechado. Pra
mim foi um marco porque eu estava mostrando o meu trabalho
de ator e não de humorista.
Depois de "Numa e a Ninfa", em 1986, eu
volto pra fazer Teatro de Revista:" Desse jeito a
Coisa Entorta". A direção era de Francisco
Falcão, com Carvalhinho e Jorge Laffond. Foi a última
revista do Teatro Rival. Ela era muito legal, porque depois
da fase do Luiz Mendonça, depois da fase da Fátima
Valença, começa uma fase de humor duvidoso.
O Falcão faz essa revista, que mantém o nível.
Apesar de eu ser rotulado com ator de humor, há uma
variação muito grande, lembrando assim agora,
da minha carreira.
Depois da revista vem, em 1986, o "Trem Noturno",
que já é um novo humor, um besteirol. A gente
pega os nossos esquetes e monta pra fazer num bar, porque
era moda, ainda mais no Botanic, que era mesmo a última
moda, e com direção do Antonio Pedro, que era
a grife da temporada.
Em 1987 faço "Picasso", com Sidney
Cruz. A história de Pablo Picasso com instrumental
ao vivo medieval, no teatro Ipanema. "Picasso"
vem de um curso que faço no Rio em 1986: Centro de
Teatro Musical Brasileiro, um curso maravilhoso que infelizmente
não tem mais. A gente passava de segunda à sexta
no CIEP de Ipanema, de uma da tarde às oito da noite,
tendo aula de sapateado, jazz, acrobacia, interpretação
e canto: tudo que preparasse o ator pra fazer musical.
Também em 1987 eu faço "O Auto da Compadecida"
com a UFF. Eu não estou como protagonista, mas eu faço
um padeiro que marca muito. Primeiro porque eu faço
com Cristina Fracho, e a gente tem o maior “ping pong”;
e depois porque era um trabalho diferente de ator, não
era o caricato.
Tinha uma direção do Ronaldo Mendonça
e assistência do David Varella, que era muito boa. Ele
sabia conduzir todos nós. Ele que me conduziu pra dar
um estilo mais bacana ao padeiro. Eu fui pesquisar naquele
filme "O Baile", que não tinha texto:
era uma coisa corporal. Eu fui lá ver aquilo sozinho,
e aí eu trouxe pronta a personagem. Lembro que eu tinha
o trabalho de usar rede no cabelo. Uma construção
meio staninslaviskiana.
O Ronaldo Mendonça, quando vem, vem bem equipado. Era
o teatro da UFF. O grupo era muito grande e ele pegou na época
a nata da nata: Eduard Roessler, Ricardo Sanfer, Cristina
Fracho, Carlos Alberto, Jorge Azevedo, Sohaid Saud, Luis Claudio,
Marco Hazek, Elísio Falcato. Ele bota em cena todo
mundo que está produzindo e atuando. Era um encontro
bem bacana de pessoas diferentes e de vários grupos.
O "Auto da Compadecida"é feito em
Niterói, com todos esses atores.
Em 1989, na montagem de "Perdidos no Espaço",
texto meu e de Maninha Cerrone, eu me agrego a Cininha de
Paula, que é a diretora junto com Lug de Paula. Aí
houve uma paixão profissional entre Cininha e eu. Começo
a fazer tudo dela, e Niterói fica.
Em 1991 eu vou morar em Rio Bonito, pra dar um tempo da minha
loucura daqui. Lá resolvo montar um curso de teatro.
A primeira vez que eu dei aula foi em Rio Bonito.
Lá eu resolvo montar "Pippin", com
um bando de gente que nunca tinha feito teatro, nunca tinha
visto um musical, e sem teatro na cidade. Quando eu faço
isso tudo lá, eu volto e falo assim: “agora posso
fazer tudo”, porque esse Pippin é um marco no
profissional.
Aquilo foi uma escola onde eu testei todas as minhas possibilidades.
Tudo que eu tinha feito naquele ano e o que eu aprendi de
1980 a 1991. Aí eu venho pro Rio de Janeiro montar
"Robbin Hood".
Em "Robbin Hood" a gente ganhou patrocínio
da Cultura Inglesa, que patrocinava textos da literatura inglesa.
Eu dirijo, e faço como ator. A partir daí me
transformo num diretor registrado.
"Desse Jeito a Coisa Entorta" é
estréia profissional do ator. "Robin Hood"
foi minha estréia profissional como diretor. No Teresa
Raquel, elenco de 18 pessoas, texto meu e de Marco Antonio
Campos. Escrevemos em 1987. Montamos em 1992. A gente fica
seis meses em cartaz no Terezão.
Em 1993 eu faço "A Volta do Chico Mau",
e ganho o Prêmio Mambembe e o Coca-Cola de Teatro Infantil
como Melhor Ator. Por causa disso conheço a Teresa
Frota, que vai ao teatro Vanucci para saber quem é
esse Marcelo Caridade que ganhou o prêmio de melhor
ator.
Teresa Frota vai me assistir e me chama pra fazer a peça
"Viravez o Cortez", em 1994. Nós
fomos indicados pelo Mambembe e SATED: o trio foi indicado
eu, Ricardo Santos e Nilvan Santos.
Também em 1994 eu faço "A Menina e
o Vento", de Maria Clara Machado, com Cininha de
Paula na direção, lá no Villa Lobos,
às 17h. Às 16h eu fazia Viravez, no espaço
3 do mesmo teatro.
Em "A Lei e o Rei"(1995), sou indicado
como Ator no Mambembe e no Coca-Cola como Coreógrafo.
Em 1996, com "Os Impagáveis", ganho
o Prêmio Mambembe de Melhor Ator.
Hoje divido minha carreira de ator, autor, diretor e professor
com muito equilíbrio. A arte teatral não é
comparativa. O importante é estar inteiro na sua escolha.
Espetáculos
– MARCELLO CARIDADE – ATOR-AUTOR-DIRETOR
“SOSSEGA
LEÃO!” - 1982 / 1983
Musical Infantil de Marcello Caridade
Direção Fábio Klein
“ARARIBROADWAY”
- 1982
Revista Musical de Eduardo Roessler e América Cupello
Grupo PAPEL CREPON
“ANORMALISTAS”
- 1983
Comédia de Maninha Cerrone e Marcello Caridade
Grupo PAPEL CREPON
“NUMA E A NINFA” - 1984
Adaptação do Clássico de Lima Barreto
Direção Anamaria Nunes
“PEIXE
QUE TE QUERO PEIXE” - 1984
Musical Infantil de Marcello Caridade
Direção Marcello Caridade
“CONCERTO
PARA OITO MÃOS E UM DEDINHO” - 1984
Esquetes de Maninha Cerrone e Marcello Caridade
Direção David Varella
“OS
SALTIMBANCOS” – 1985
Musical Infantil de Chico Buarque de Hollanda
Direção Cláudio Handrey
“O
TREM NOTURNO” - 1986
Esquetes de Maninha Cerrone e Marcello Caridade
Direção Antônio Pedro Borges
“MARIA MINHOCA” - 1986
Autor Maria Clara Machado
Direção Marcello Caridade
(Prêmio de MELHOR ATOR COADJUVANTE – Festival.
Fluminense de Teatro/RJ)
“DESSE
JEITO A COISA ENTORTA” - 1986
Revista Musical de Francisco Falcão
Direção Francisco Falcão
“PICASSO”
- 1987
Musical Infantil de Lolly Nunes
Direção Sidney Cruz
“O
AUTO DA COMPADECIDA” - 1987
Autor Ariano Suassuna
Direção Ronaldo Mendonça e David Varella
“ALLADIN”
- 1987 / 1988
Musical Infantil do Grupo PAPEL CREPON
“MÉDICO À FORÇA” - 1988
Comédia de Molière
Direção Marcello Caridade
“PERDIDOS
NUM ESPAÇO” - 1989
Esquetes de Maninha Cerrone e Marcello Caridade
Direção Lug de Paula e Cininha de Paula
“A
LENDA DE ROBIN HOOD” - 1992
Infanto-Juvenil de Marcello Caridade e Marco Antônio
Campos
Direção Marcello Caridade
“SEMPRE
TE VI, NUNCA TE AMEI” - 1992 / 1993 (TURNÊ NACIONAL)
Autor- Marcello Caridade
Direção Jacqueline Laurence
“FORA
DE CONTROLE” - 1993
Autor- Rosane Lima
Direção- Rosane Lima
“A
VOLTA DE CHICO MAU” - 1993
Musical Infantil de Lupe Gigliotti
Direção Lupe Gigliotte e Cininha de Paula
(Prêmios COCA-COLA e MAMBEMBE – MELHOR ATOR)
“CAFAJESTES,
UMA CONFISSÃO” - 1993 / 1994 (TURNÊ)
Comédia Musical de Flávio Marinho
Direção Cininha de Paula e Paullo Ghelli
“VIRAVEZ,
O CORTÊS” - 1994 / 1995
Musical Infantil de Teresa Frotta
Direção Henri Pagnocelli
(Indicado para os prêmios MAMBEMBE e SATED/RJ –
MELHOR ATOR)
“A
MENINA E O VENTO” - 1994 / 1995
Musical Infantil de Maria Clara Machado
Direção Lupe Gigliotte e Cininha de Paula
“OS
SETE BROTINHOS” - 1994 / 1995 (TURNÊ NACIONAL)
musical de Flávio Marinho
Direção Flávio Marinho
“A
LEI E O REI” - 1995
Musical Infantil de Teresa Frota
Direção Henri Pagnoncelli
(Indicado para o prêmio MAMBEMBE – MELHOR ATOR
e prêmio COCA-COLA – MELHOR COREÓGRAFO)
“SONHO
DOURADO” - 1995 / 1996
Musical Juvenil de Marcelo Lino e Marcello Caridade
Direção Marcello Caridade
“OS
IMPAGÁVEIS” - 1996
Musical Infantil de Teresa Frota
Direção Henri Pagnoncelli
(Prêmio MAMBEMBE – MELHOR ATOR)
“O
MISTÉRIO DE SUZANA MACNIGHT” - 1996
Comédia de Maninha Cerrone e Marcello Caridade
Lúdico Produções Artísticas
Direção Marcello Caridade
“A
GATA BORRALHEIRA” - 1996
Musical Infantil de Maria Clara Machado
Direção Marcello Caridade
“UMA
DAMA E UM VAGABUNDO” - 1996 (SP) / 1997 (RJ)
Musical Infantil de Marcelo Saback
Direção Marcello Caridade e Anderson Muller
“O
TEMPO NÃO PÁRA” - 1997
Autor Rodrigo Mollinari
Direção Marcello Caridade
“UMA
PROFESSORA MUITO MALUQUINHA” - 1997 / 1998
Musical Infantil de Ziraldo
Direção Marcello Caridade
(Prêmio MAMBEMBE – MELHOR ESPETÁCULO INFANTIL)
“RETRATO
FALADO” - 1998
Autor Teresa Frota
Direção Henri Pagnoncellis
“AS
DESGRAÇAS DE UMA CRIANÇA” - 1998
Comédia Musical da obra de Martins Penna
Direção Wolf Maya
“PUM!!!”
- 1998 / 1999
Opereta de Arthur Azevedo
Direção Ronaldo Tasso
“QUEM
TEM MEDO DE ITÁLIA FAUSTA?” - 1998 / 1999 (TURNÊ
NACIONAL) / 2000
Comédia de Ricardo Almeida e Miguel Magno
Direção Miguel Magno
“FESTIVAL
MARTINS PENNA” - 1999
(Repertório composto por oito comédias de Martins
Penna)
Direção Marcello Caridade
“TUTTI
FRUTTI” – 2000
Musical Juvenil de Marcelo Lino e Marcello Caridade
Direção Marcello Caridade
“OS
MONGABOYS” - 2002
Esquetes de Maninha Cerrone e Marcello Caridade
Cia. de Repertório de Teatro Musical
Direção Marcello Caridade
“PETER PAN” - 2003 / 2004
Cia. de Repertório de Teatro Musical
Direção Marcello Caridade
“SIMBAD,
O MARUJO” - 2004
Cia. de Repertório de Teatro Musical
Direção Marcello Caridade
“A
LENDA DE TARZAN” - 2004
Cia. de Repertório de Teatro Musical
Direção Marcello Caridade
“JOÃO
E MARIA – UMA HISTÓRIA BRASILEIRA” - 2004
/ 2005
Cia. de Repertório de Teatro Musical
Direção Marcello Caridade
“ORLANDO
SILVA, O CANTOR DAS MULTIDÕES” - 2004 (RJ / SP)
/ 2005 / 2006 (TURNÊ)
Musical de Antônio de Bonnis e Fátima Valença
Direção Antônio de Bonnis
“BALAIO
DE GATOS” - 2006 / 2007 / 2008 (EM TURNÊ)
Comédia de Fátima Valença e Bia Montez
Direção Marcello Caridade
“ROBIN
HOOD” - 2009
Infanto-Juvenil de Marcello Caridade e Marco Antônio
Campos
Cia. de Repertorio de Teatro Musical
Direção Marcello Caridade
“UMA
PROFESSORA MUITO MALUQUINHA” - 2010
Musical Infantil de Elvira Helena e Vera Novello, baseado
na obra de Ziraldo
Lúdico Produções Artísticas
Direção Marcello Caridade
“ATLÂNTIDA:
O REINO DA CHANCHADA” – 2011
Musical de Ana Velloso e Vera Novello
OFICINA DE TEATRO MARCELLO CARIDADE &CIA. DE REPERTÓRIO
DE TEATRO MUSICAL
Direção: Marcello Caridade e Priscilla Borring
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